quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Primavera no Parque

Ontem à tarde fui ao parque municipal. Gente como é bom brincar de ser criança, de ver o tempo passar e sentar no banco debaixo de uma árvore e deixar o vento soprar em nossos rostos e levar com ele as lágrimas que teimam em cair dos olhos que perderam o vigor e a vontade de lutar para viver.
Sentei no banco e fiquei conversando com um amigo, mas sem olhar nos olhos dele. Olhando para o céu, para o ar, para as nuvens, para a grama, olhando para o lago, para o lado, olhando para os árvores, para os transeuntes apressados e outros tão calmos que parecia que a vida não ia acabar no outro dia, e diga-se de passagem, de fato, a vida não acabou – coitado dos que correram infelizmente não apressaram o fim, apenas estressaram-se.
Mas como estava dizendo, conversamos e falamos de banalidades e de coisas sérias, falamos de Deus e do demônio, a conversa passou por temas universais como o amor e a falta deste, e coisas sem importância como política e eleições municipais de Belo Horizonte, e olha que coisa estranha, um "votante", nem sei se esta palavra existe ou se virou neologismo, é bem feio o termo, mas se aplica, continuando, sendo um de Sabará e outro de Santa Luzia discutindo as melhores ou as menos piores propostas para uma terceira cidade, onde o povo foi tão ignorante que conseguiu deixar-se enganar por uma falsa realidade.
Olha o raciocínio dos garotos numa tarde de primavera no parque. No final da conversa chegamos a conclusão de que o povo belo horizontino foi enganado, e conseguiu enganar além deles mesmos até os candidatos a prefeitura, veja o exemplo do primeiro turno: O candidato da situação, Márcio e seus aliados conseguiram colocar os opositores em uma situação no mínimo inusitada. Povo, BH ’tá bem! Minas ’tá ótima! O que é bom tem que continuar! -Verdade?! Poxa! E agora Jô? E agora Gustavo que no início era Valadares, terminou 25!? E agora Quintão? E agora José? Todos concordavam com uma coisa: "A administração atual é boa!" Gente, se o que é bom tem que continuar então o que será dos argumentos de quem vai contra o candidato do governo, ops! do povo? Se os opositores concordam que as coisas estão boas, como criticar, a quem criticar? Perderam assim uma das maiores armas políticas: falar mal das coisas atuais. Falar mal do que é feito pelo outro. Deste modo, caíram em grave erro.
Quem falou para o povo de Belô que as coisas estão boas?! Quem foi que disse que tudo ’tá ótimo!? Alguém falou e nós, até agente que não mora aqui, mas tem que ver propaganda eleitoral dos candidatos da capital, acreditou. É verdade: BH está bem e, portanto qualquer um que ganhar não fará diferença. Torço para que seja verdade! Então uma surpresa, a vitória certa foi derrotada, bom para o povo. Quem sabe? Eis que “Óia gente! Levá as eleição pro segundo turno! Isso dá pra fazê!” O falar errado o sotaque de roceiro e o jeitinho de “bão” moço ou de moço "bobo" como diz o povo humilde e simples dos interiores levou Leozinho para o segundo turno.
Mas quem sou eu pra discutir política, talvez, o antigo Curral Del’Rey não vá eleger alguém que cuida de gado e que diz que cuidará de pessoas, talvez, também não queira mais um patrão no poder, eu por mim entre um belo ator que interpreta um excelente personagem injustiçado e um pseudo-fantoche que foge aos padrões convencionais de candidato politico, prefiro não expressar minha opinião. Deste modo, com estas “maravilhosas” opções reservo-me ao direito de permancer calado e lamento dizer isso, mas, ainda assim, prefiro votar lá na minha corrupta Sabará.
Mas enfim, tenho certeza de que este assunto foi o menos complexo que nos envolveu naquela conversa no parque.
Mais ao final da tarde nos despedimos e passou-se mais uma quarta-feira de mais uma primavera passada no parque municpal, não sem antes, é claro, brincar no escorregador...

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